Governo isenta móveis de IPI e prorroga benefício para material de
construção
O governo anunciou nesta quarta-feira a redução de tributos para
setor moveleiro. Guido Mantega
(Fazenda) informou que haverá isenção de IPI (Imposto sobre Produtos
Industrializados) até 31 de março de 2010 para móveis de madeira, aço e
plástico e placas de madeira, que são usados na construção de móveis --hoje as
alíquotas variam de 5% a 10%.
Mantega anunciou ainda a prorrogação da
desoneração de material de construção civil até junho de 2010. A renúncia
tributária total do governo será de R$ 900 milhões.
"O setor moveleiro vem se
recuperando da crise mais lentamente", justificou Mantega,
lembrando que se trata de um setor que é extremamente dependente de
exportações.
O ministro pediu para que as empresas moveleiras
aproveitem o "embalo" dado pela desoneração para baixar um pouco mais
a margem de lucro e aquecer ainda mais o mercado doméstico de móveis.
Mantega disse ainda que a região Sul será a mais beneficiada pela medida, já que lá se encontram
a maioria dos grandes fabricantes de móveis do país. A redução do tributo vai
ajudar também a formalização do setor, já que muitos se esquivam de pagar impostos.
Sobre a manutenção da desoneração para produtos de construção
civil, a medida vale para cimento, tintas, vernizes, argamassas, materiais para
banheiro, vergalhões, revestimentos. Para a maioria deles, a alíquota permanece
zerada.
Questionado sobre o motivo para não realizar desonerações mais
amplas, como a da folha de pagamento, Mantega afirmou
que "gostaria de anunciar a desoneração da folha de pagamento".
"Mas priorizamos a desonera de determinados setores, principalmente aqueles que tem reflexo direto na demanda", ressaltou.
Veículos
Na terça-feira, o governo anunciou a prorrogação da alíquota
reduzida do IPI de carros flex. Anteriormente, os
percentuais voltariam gradualmente aos patamares normais até janeiro. O governo
prorrogou ainda a alíquota zero para caminhões novos até junho do ano que vem
--o incentivo anterior previa o retorno da alíquota a 5% em janeiro de 2010.
As medidas foram feitas a exemplo do que ocorreu no setor de
eletrodomésticos, em que a redução de IPI foi maior para equipamentos que
consomem menos energia.
Desoneração
Antes das prorrogações dos benefícios anunciadas entre ontem e
hoje, a previsão da Receita Federal era que a renúncia fiscal com as medidas
somasse R$ 25 bilhões em 2009.
Ontem,
o governo informou que a prorrogação do benefício para automóveis e caminhões
somaria uma renúncia de mais R$ 1,3 bilhão. Hoje, com as medidas para o setor moveleiro de construção, o governo deixará de arrecadar
outros R$ 900 milhões.
Fonte:
Folha Online