Plano de Contas – Entidades Sem Fins Lucrativos/2010

 

 

Sumário

 

1. PLANO DE CONTAS

2. MODELO DE PLANO DE CONTAS GERAL

1. ATIVO

1.1. ATIVO CIRCULANTE

1.2. ATIVO NÃO-CIRCULANTE

2. PASSIVO

2.1. PASSIVO CIRCULANTE

2.2. PASSIVO NÃO-CIRCULANTE

2.3. PATRIMÔNIO SOCIAL

3. RECEITAS

4. CUSTOS E DESPESAS

5. LEGISLAÇÕES

5.1 RESOLUÇÃO CFC 877/2000

 

 

1. PLANO DE CONTAS

 

Apresentamos uma sugestão de Plano de Contas para aplicação nas entidades sem fins lucrativos em geral, (associações esportivas, culturais...), salientando que o contabilista deverá proceder às adaptações necessárias, para que o mesmo satisfaça às exigências específicas de cada entidade.

 

2. MODELO DE PLANO DE CONTAS GERAL

 

1. ATIVO

 

1.1. ATIVO CIRCULANTE

 

1.1.1. Disponibilidades

1.1.1.1. Caixa

1.1.1.2. Bancos c/ Movimento

1.1.1.3. Aplicações Financeiras

1.1.2. Créditos de atividades sociais/lazer a Receber

1.1.2.1. Mensalidades

1.1.2.2. Promoções

1.1.2.3. Bingos

1.1.2.4. De terceiros

1.1.2.5. Do Governo (empenhadas)

1.1.3. Estoques

1.1.3.1. Material de escritório

1.1.3.2. Material de limpeza

1.1.3.3. Material esportivo

1.1.3.4. Medicamentos

1.1.3.5. Material de Consumo

1.1.3.6. Artigos Religiosos

1.1.4. Adiantamentos a Funcionários

1.1.4.1. Adiantamento p/ Viagens

1.1.4.2. Adiantamento p/ Despesas

1.1.4.3. Adiantamento de Salários

1.1.4.4. Adiantamento de 13º Salário

1.1.4.5. Adiantamento de Férias

1.1.5. Adiantamentos a Terceiros

1.1.5.1. Prestadores de Serviços

1.1.6. Impostos e Contribuições a Recuperar

1.1.6.1. COFINS a Recuperar

1.1.6.2. PIS a Recuperar

1.1.6.2. CSLL a Recuperar

1.1.7. Despesas a Apropriar

1.1.7.1. Prêmios de Seguros

1.1.7.2. Assinaturas de Revistas

1.1.7.3. Assinaturas de Publicações

1.1.7.4. Aluguéis e Arrendamentos

 

1.2. ATIVO NÃO-CIRCULANTE

 

1.2.1. ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO

1.2.1.1. Títulos a Receber

1.2.1.1.1. Créditos c/ Associados

1.2.1.1.2. Créditos c/ Diretores

1.2.1.2. Depósitos Judiciais

 

1.2.2. ATIVO INVESTIMENTOS

1.2.2.1. Participações Societárias

1.2.2.2. Propriedades para Investimentos

 

1.2.3. ATIVO IMOBILIZADO

1.4.1. Imóveis

1.4.2. Móveis e Utensílios

1.4.3. Veículos

1.4.4. Máquinas e Equipamentos

1.4.5. Recursos Naturais

1.4.5.1. Florestas

1.4.9. (-) Depreciação, Amortização e Exaustão Acumulada

 

1.2.4. ATIVO INTANGIVEL

1.2.4.1. Marcas, Direitos e Patentes

1.2.4.2. Direito de Uso de Telefone

1.2.4.3. Amortização Acumulada

 

2. PASSIVO

 

2.1. PASSIVO CIRCULANTE

 

2.1.1. Empréstimos e Financiamentos

2.1.2. Fornecedores

2.1.3. Impostos e Contribuições a Recolher

2.1.3.1. PIS

2.1.3.2. CSLL

2.1.3.3. COFINS

2.1.3.4. IRRF

2.1.3.5. INSS

2.1.3.6. FGTS

2.1.3.7. Contribuição Sindical

2.1.4. Contas a Pagar

2.1.4.1. Salários

2.1.4.2. Honorários

2.1.4.3. Fretes e Carretos

2.1.4.4. Gratificações

2.1.4.5. Aluguéis

2.1.4.6. Energia Elétrica

2.1.4.7. Telefone

2.1.4.8. Água e Esgoto

2.1.4.9. Seguros

2.1.5. Provisões

2.1.5.1. Provisão p/ Férias

2.1.5.2. Provisão p/ 13º Salário

 

2.2. PASSIVO NÃO-CIRCULANTE

 

2.2.1. PASSIVO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO

2.2.1.1. Obrigações com Terceiros

2.2.1.2. Tributos parcelados

 

2.2.2. RESULTADOS DIFERIDOS

2.2.2.1. Receitas Diferidas

2.2.2.2. (-) Custos Diferidos

 

2.3. PATRIMÔNIO SOCIAL

 

2.3.1. Fundo patrimonial

2.3.2. Reservas de reavaliação

2.3.2.1. Imóveis

2.3.3. Subvenções

2.3.4. Resultados sociais

2.3.4.1. Superávits Acumulados

2.3.4.2. Déficits Acumulados

2.3.4.3. Superávit/déficit do exercício

 

3. RECEITAS

 

3.1. Mensalidades e Contribuições

3.1.1. Mensalidades de Associados

3.1.2. Contribuições

 

3.2. Doações e subvenções

3.2.1. Particulares

3.2.2. Públicas

 

3.3. Promoções

3.3.1. Estadias

 

3.4. Cursos e Palestras

3.4.1. Retiros

3.4.2. Palestras

 

3.5. Outras Receitas

3.5.1. Variações Monetárias Ativas

3.5.2. Juros ativos

3.5.9. Recuperação de despesas

 

3.6. Receitas patrimoniais

3.6.1. Aluguéis e Arrendamentos

3.6.2. Participações em Eventos

 

3.7. Receitas extraordinárias

3.7.1. Vendas de Bens Patrimoniais

 

4. CUSTOS E DESPESAS

 

4.1. Custos

4.1.1. Organização de cursos e palestras

4.1.2. Assistência social

4.1.3. Anúncios e publicações

4.1.4. Outros custos

 

4.2. Despesas de Pessoal

4.2.1. Honorários

4.2.2. Ordenados e Salários

4.2.3. Prêmios e Gratificações

4.2.4. Férias

4.2.5. 13º Salário

4.2.6. INSS

4.2.7. FGTS

4.2.8. Assistência Médica

4.2.9. Viagens e Representações

4.2.10. Transporte de Empregados

4.2.11. Programa de Alimentação do Trabalhador

4.2.12. (-) Recuperações

 

4.3. Despesas administrativas

4.3.1. Combustíveis

4.3.2. Manutenção de Veículos

4.3.3. Propaganda e Publicidade

4.3.4. Brindes

4.3.5. Depreciações e Amortizações

4.3.6. Aluguéis

4.3.7. Despesas Legais e Judiciais

4.3.8. Serviços de Terceiros

4.3.9. Cursos, eventos e promoções

4.3.10. Auxílios e doações

 

4.4. Despesas Tributárias

4.4.1. IPTU

4.4.2. IPVA

4.4.3. Tributos e Contribuições

4.4.4. Multas Fiscais

4.4.5. Juros s/ Tributos e Contribuições

 

4.5. Utilidades e Serviços

4.5.1. Luz

4.5.2. Água e Esgoto

4.5.3. Telefone

4.5.4. Seguros

4.5.5. Materiais e Suprimentos

4.5.6. Material de Escritório

4.5.7. Material de Higiene e Limpeza

4.5.8. Assinatura de jornais e revistas

4.5.9. Manutenção e reparos

 

4.6. Despesas Financeiras

4.6.1. Variações Monetárias Passivas

4.6.2. Juros Passivos

 

4.7. Despesas extraordinárias

4.7.1. Custo de Bens Patrimoniais Vendidos

 

5. LEGISLAÇÕES

 

5.1 RESOLUÇÃO CFC 877/2000

 

Aprova da NBC T 10 – Dos aspectos contábeis específicos em entidades diversas, o item NBC T 10.19 – Entidades sem finalidade de lucros.

 

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suas atribuições legais e regimentais,

 

CONSIDERANDO que as Normas Brasileiras de Contabilidade e suas Interpretações Técnicas constituem corpo de doutrina contábil que estabelece regras de procedimentos técnicos a serem observadas quando da realização de trabalhos;

 

CONSIDERANDO que a forma adotada de fazer uso de trabalhos de instituições com as quais o Conselho Federal de Contabilidade mantém relações regulares e oficiais está de acordo com as diretrizes constantes dessas relações;

 

CONSIDERANDO o trabalho desenvolvido pelo Grupo de Trabalho das Normas Brasileiras de Contabilidade, bem como o intenso auxílio desempenhado pelos profissionais que o compõem, representando além desta Entidade, o Banco Central do Brasil, a Comissão de Valores Mobiliários, o Instituto Brasileiro de Contadores, o Instituto Nacional de Seguro Social, o Ministério da Educação, a Secretaria da Receita Federal, a Secretaria do Tesouro Nacional, a Secretaria Federal de Controle e a Superintendência de Seguros Privados;

 

CONSIDERANDO que o Grupo de Trabalho das Normas Brasileiras de Contabilidade, atendendo ao que está disposto na Resolução CFC n.º 751, de 29 de dezembro de 1993, elaborou o item NBC T 10.19 – Entidades sem Finalidade de Lucros, da NBC T 10 – Dos Aspectos Contábeis Específicos em Entidades Diversas;

 

CONSIDERANDO a decisão da Câmara Técnica no Relatório n.º 17/00, de 17 de abril de 2000, aprovada pelo Plenário deste Conselho Federal de Contabilidade,

 

RESOLVE:

 

Art. 1º Aprovar a Norma Brasileira de Contabilidade NBC T 10.19 – Entidades sem Finalidade de Lucros.

 

Art. 2º Esta Resolução entra em vigor a partir da data de sua assinatura.

 

Brasília, 18 de abril de 2000.

 

Contador JOSÉ SERAFIM ABRATES

Presidente

Ata CFC 801

Proc. CFC 40/00

 

NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE

NBC T-10 – ASPECTOS CONTÁBEIS ESPECÍFICOS EM ENTIDADES DIVERSAS

NBC T 10.19 – ENTIDADES SEM FINALIDADE DE LUCROS

10.19.1 – DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

 

10.19.1.1 – Esta norma estabelece critérios e procedimentos específicos de avaliação, de registros dos componentes e variações patrimoniais e de estruturação das demonstrações contábeis, e as informações mínimas a serem divulgadas em nota explicativa das entidades sem finalidade de lucros.

 

10.19.1.2 – Destina-se, também, a orientar o atendimento às exigências legais sobre procedimentos contábeis a serem cumpridos pelas pessoas jurídicas de direito privado sem finalidade de lucros, especialmente entidades beneficentes de assistência social (Lei Orgânica da Seguridade Social), para a emissão do Certificado de Entidade de Fins Filantrópicos, da competência do Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS).

 

10.19.1.3 – As entidades sem finalidade de lucros são aquelas em que o resultado positivo não é destinado aos detentores do patrimônio líquido, e o lucro ou prejuízo é denominado, respectivamente, de superávit ou déficit.

 

10.19.1.4 – As entidades sem finalidade de lucros exercem atividades assistenciais, de saúde, educacionais, técnico-científicas, esportivas, religiosas, políticas, culturais, beneficentes, sociais, de conselhos de classe e outras, administrando pessoas, coisas, fatos e interesses coexistentes, e coordenados em torno de um patrimônio com finalidade comum ou comunitária.*

(*Redação alterada pela Resolução CFC 966/03, publicada no DOU, em 04.06.2003)

 

10.19.1.5 – Essas entidades são constituídas sob a forma de fundações públicas ou privadas, ou sociedades civis, nas categorias de entidades sindicais, culturais, associações de classe, partidos políticos, ordem dos advogados, conselhos federais, regionais e seccionais de profissões liberais, clubes esportivos não-comerciais e outras entidades enquadradas no conceito do item 10.19.1.4.

 

10.19.1.6 – Aplicam-se às entidades sem finalidade de lucros os Princípios Fundamentais de Contabilidade, bem como as Normas Brasileiras de Contabilidade e suas Interpretações Técnicas e Comunicados Técnicos, editados pelo Conselho Federal de Contabilidade.

 

10.19.1.7 – Por se tratar de entidades sujeitas aos mesmos procedimentos contábeis, devem ser aplicadas, no que couber, as diretrizes da NBC T 10.4 – Fundações; e da NBC T 10.18 – Entidades Sindicais e Associações de Classe.

 

10.19.2 – DO REGISTRO CONTÁBIL

 

10.19.2.1 – As receitas e despesas devem ser reconhecidas, mensalmente, respeitando os Princípios Fundamentais de Contabilidade, em especial os Princípios da Oportunidade e da Competência.

 

10.19.2.2 – As entidades sem finalidade de lucros devem constituir provisão em montante suficiente para cobrir as perdas esperadas, com base em estimativas de seus prováveis valores de realização, e baixar os valores prescritos, incobráveis e anistiados.

 

10.19.2.3 – As doações, subvenções e contribuições para custeio são contabilizadas em contas de receita. As doações, subvenções e contribuições patrimoniais, inclusive as arrecadadas na constituição da entidade, são contabilizadas no patrimônio social.

 

10.19.2.4 – A receitas de doações, subvenções e contribuições para custeio ou investimento devem ser registradas mediante documento hábil.

 

10.19.2.5 – Os registros contábeis devem evidenciar as contas de receitas e despesas, superávit ou déficit, de forma segregada, quando identificáveis por tipo de atividade, tais como educação, saúde, assistência social, técnico-científica e outras, bem como comercial, industrial ou de prestação de serviços.

 

10.19.2.6 – As receitas de doações, subvenções e contribuições, recebidas para aplicação específica, mediante constituição ou não de fundos, devem ser registradas em contas próprias, segregadas das demais contas da entidade.

 

10.19.2.7 – O valor do superávit ou déficit do exercício deve ser registrado na conta Superávit ou Déficit do Exercício, enquanto não aprovado pela assembléia dos associados; e, após a sua aprovação, deve ser transferido para a conta Patrimônio Social.

 

10.19.2.8 (excluído pela Resolução CFC 926, de 19 de dezembro de 2001).

 

10.19.3 – DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

 

10.19.3.1 – As demonstrações contábeis, que devem ser elaboradas pelas entidades sem finalidade de lucros, são as determinadas pela NBC T 3 – Conceito, Conteúdo, Estrutura e Nomenclatura das Demonstrações Contábeis, e a sua divulgação pela NBC T 6 – Da Divulgação das Demonstrações Contábeis.

 

10.19.3.2 – Na aplicação das normas contábeis, em especial a NBC T 3, a conta Capital deve ser substituída por Patrimônio Social, integrante do grupo Patrimônio Líquido; e a conta Lucros ou Prejuízos Acumulados por Superávit ou Déficit do Exercício.

 

10.19.3.3 – As demonstrações contábeis devem ser complementadas por notas explicativas que contenham, pelo menos, as seguintes informações:

 

a)    o resumo das principais práticas contábeis;

b)    os critérios de apuração das receitas e das despesas, especialmente com gratuidades, doações, subvenções, contribuições e aplicações de recursos;

c)    as contribuições previdenciárias, relacionadas com a atividade assistencial devem ser demonstradas como se a entidade não gozasse de isenção, conforme normas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS);

d)    as subvenções recebidas pela entidade, a aplicação dos recursos e as responsabilidades decorrentes dessas subvenções;

e)    os fundos de aplicação restrita e as responsabilidades decorrentes desses fundos;

f)     evidenciação dos recursos sujeitos a restrições ou vinculações por parte do doador;

g)    eventos subseqüentes à data do encerramento do exercício que tenham, ou possa vir a ter, efeito relevante sobre a situação financeira e os resultados futuros da entidade;

h)    as taxas de juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigações a longo prazo;

i)      informações sobre os tipos de seguros contratados;

j)     as entidades educacionais, além das notas explicativas, devem evidenciar a adequação das receitas com as despesas de pessoal, segundo parâmetros estabelecidos pela lei das Diretrizes e Bases da Educação e sua regulamentação.

k)    as entidades beneficiadas com a isenção de tributos e contribuições devem evidenciar em Notas Explicativas, suas receitas com e sem gratuidade, de forma segregada, e os benefícios fiscais gozados.

Letra “k” incluída pela Resolução CFC 926, de 19 de dezembro de 2001 e alterado pela Resolução CFC 966, de 16 de maio de 2003.